Ads for good

Publicidade? Não obrigado!

Este é um sentimento quase generalizado, embora a importância da mesma seja inegável. Com este pensamento em mente, considerando o programa de Inglês do 11.º ano, lancei o desafio aos alunos: usar recursos digitais para criar uma campanha publicitária institucional com o intuito de alertar o público para problemas globais e apresentar propostas simples que possam envolver a audiência e levá-la à ação. 

Tendo por base tópicos abordados em aula, perspetivava-se que os alunos desenvolvessem artefactos digitais, sendo, no entanto, dada liberdade para negociar o tema se houvesse uma proposta relevante.

A turma CT1, mais uma vez, não desiludiu. Os alunos aliaram a criatividade à curiosidade, como é seu apanágio, e os resultados são merecedores de divulgação.

Neste artigo será apresentada uma mostra bastante ilustrativa da qualidade e inovação dos alunos.

A escravatura moderna, fruto do consumismo desenfreado para o qual todos (ou quase todos) contribuímos foi objeto de trabalho, tendo os alunos, na apresentação, admitido sentir dificuldade na seleção de materiais dado tratar-se de uma realidade chocante, que tem de ser exposta apesar de muitos de nós preferirmos ignorá-la. O vídeo produzido nesse âmbito pode ser visionado aqui

e revela grande destreza tecnológica e cuidado na seleção e organização de materiais. O poder da imagem, aliado ao texto e à música de fundo torna impossível ficar indiferente.

A questão de género e discriminação no mundo do desporto, ainda muito masculino em várias áreas, foram temas particularmente apelativos para dois alunos que não resistiram a contextualizar o tema para melhor defenderem o seu objetivo. O vídeo pode ser visualizado aqui.

Os discentes ainda se permitiram criar um jogo de palavras no slogan, muito bem conseguido. Arriscaram fazer o voice-over com as próprias vozes. Precisavam de afinar mais esta parte áudio? Talvez. A mensagem passa? Definitivamente!

O Ambiente não poderia deixar de ser uma preocupação, pelo que passo a apresentar três propostas relacionadas com sustentabilidade:

– Escassez de recursos hídricos – as autoras fundamentaram as suas propostas em pesquisa ilustrada de forma dinâmica, atrativa e facilmente inteligível. Certamente uma campanha que deixa a audiência bem informada.

– Com uma proposta arrojada pela criação de uma música rap para enriquecer a sua inovadora Instagram Story, os dois criadores procuram convencer-nos a viver de uma forma mais sustentável perfeitamente exequível, ao mesmo tempo que nos responsabilizam pelas nossas escolhas enquanto consumidores. A letra merece atenção, pelo que passo a transcrever uma das estrofes: “Got a plastic in hand/ Just think beforehand/Don’t throw it on the floor/ Why would you litter more?”. De facto, porquê e para quê? Os alunos colocam questões pertinentes.

Dado que este formato apenas está disponível durante 24h, além do link, inclui-se o vídeo.

– Por fim, mas não de todo menos importante, a animação feita na aplicação Canva “Take action… for real”. As discentes perspetivaram, através de uma crítica construtiva, levar o seu público-alvo a tornar-se agente da mudança. O espetador é interpelado e terá de refletir. A animação é clara e apelativa, alicerçada nos ODS.

Mais uma vez, foi com orgulho que acompanhei este processo e agradeço aos meus alunos do 11.º CT1, jovens conscientes, preocupados e ativos que, certamente, continuarão a envolver-se em projetos que lhes permitem fazer, efetivamente, a diferença enquanto exploram e desenvolvem competências. Se era mais fácil continuarmos felizes na ignorância e apenas abordarmos ligeiramente estes assuntos? É possível, mas não é isso que queremos na Escola.

Cristina Oliveira